sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Um mulato baiano


            Vai Carlos, ser Marighella na vida!
            “Ninguém precisa amar ou odiar Marighella. Mas é difícil ficar indiferente ao seu épico”. São essas as palavras do capítulo final da biografia escrita por Mário Magalhães sobre o guerrilheiro que incendiou o mundo.
            Partindo da infância na Bahia, passando pela sua formação de consciência política, não descuidando das coisas cotidianas, ao chegar ao fim do percurso, com a triste morte, Marighella já havia advertido que não o pegariam vivo de novo, temos a impressão de ter convivido com o guerrilheiro comunista.
Marighella se apresenta na redação do Jornal do Brasil após ser solto em 1964,
 para falar do período que passou preso.

Além de uma escrita fluida, uma contextualização histórica impecável, o minucioso trabalho do jornalista nos leva a entrar de cabeça no livro, nos envolvendo com uma narrativa cinematográfica. O grande trunfo do escritor é não fazer de Marighella um messias e muito menos caluniá-lo, valendo-se da falsificação da História. Dessa forma, reconhecemos em Marighella um homem de carne e osso, cuja coragem merece ser exaltada, dadas as circunstâncias dos tempos em que viveu.
Comunista "de carteirinha".
Posteriormente abandona o PCB e adere ao combate armado à Ditadura
            O título não é exagerado. Marighella foi o herói de uma geração e seu Minimanual do Guerrilheiro Urbano serviu de inspiração para várias organizações ao redor do mundo, a despeito do fato de que Marighella criticaria alguns de seus métodos.
            Enfim, só posso mais do que recomendar essa obra-prima!

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