Vai Carlos, ser Marighella na
vida!
“Ninguém
precisa amar ou odiar Marighella. Mas é difícil ficar indiferente ao seu épico”.
São essas as palavras do capítulo final da biografia escrita por Mário
Magalhães sobre o guerrilheiro que incendiou o mundo.
Partindo
da infância na Bahia, passando pela sua formação de consciência política, não
descuidando das coisas cotidianas, ao chegar ao fim do percurso, com a triste
morte, Marighella já havia advertido que não o pegariam vivo de novo, temos a
impressão de ter convivido com o guerrilheiro comunista.
Marighella se apresenta na redação do Jornal do Brasil após ser solto em 1964, para falar do período que passou preso. |
Além de uma
escrita fluida, uma contextualização histórica impecável, o minucioso trabalho
do jornalista nos leva a entrar de cabeça no livro, nos envolvendo com uma
narrativa cinematográfica. O grande trunfo do escritor é não fazer de
Marighella um messias e muito menos caluniá-lo, valendo-se da falsificação da História.
Dessa forma, reconhecemos em Marighella um homem de carne e osso, cuja coragem
merece ser exaltada, dadas as circunstâncias dos tempos em que viveu.
Comunista "de carteirinha". Posteriormente abandona o PCB e adere ao combate armado à Ditadura |
O
título não é exagerado. Marighella foi o herói de uma geração e seu Minimanual
do Guerrilheiro Urbano serviu de inspiração para várias organizações ao redor
do mundo, a despeito do fato de que Marighella criticaria alguns de seus
métodos.
Enfim,
só posso mais do que recomendar essa obra-prima!
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