quinta-feira, 21 de março de 2013

Quando a pequena política fica grande...



“Não temas, minha donzela
nossa sorte nessa guerra
eles são muitos
mas não podem voar” – Ednardo


Parece clichê, mas quando a gente pensa que já viu de tudo...
            No mundo das redes sociais a coisa mais comum é uma enxurrada de compartilhamentos de absolutamente tudo que se possa imaginar. De gatinhos fofinhos, a corpos mutilados, de nota fiscal a piadinhas de bom ou mau (e bota mau nisso) gosto. Mas ontem vi algo que ultrapassa qualquer limite moral e racional.
            Quem acompanha política está acostumado a ver todo tipo de calúnia, sobretudo quando se enfrentam interesses dos poderosos. Aquilo que Gramsci chamava de “pequena política” está presente há muito no Brasil, o que permite a falta de interesse das pessoas. Mas há algo pior nisso tudo. Quando se distorce o sentido da luta pelos direitos das minorias e vemos surgindo no vocabulário do submundo da política palavras como “evangélicofobia”, ou então se afirma que feminismo é machismo ao contrário, “direitos humanos para humanos direitos”, essa pequena política ganha dimensões que nem o próprio Gramsci teria imaginado.
            Ontem à noite, algo no facebook me chamou profundamente atenção. Uma censura ao “verdadeiro monstro” Jean Wyllys (PSOL – RJ) circulava com um trecho de uma suposta entrevista que ele teria dado à Rádio CBN – que desmentiu a existência da entrevista em nota oficial. O trecho em questão demonstrava uma apologia da pedofilia e não possuía qualquer link ou qualquer fonte que comprovasse aquilo.
Imagem mentirosa divulgada
            É consenso de que a pedofilia figura no que há de mais sujo e imundo no lixão da humanidade. Ninguém em sã consciência faria qualquer tipo de concessão seja a um pedófilo, seja à pedofilia em si.
            Mas isso pouco importa ao submundo da política e às pessoas que, desprovidas de qualquer senso crítico e alheias à situação política do país, lançam na internet essa cascata fecal que inunda nossas telas sem sequer pesquisarem sobre a veracidade ou não do tema. Se antes uma mentira repetida mil vezes se tornava uma verdade, hoje basta um clique.
            A moda jovem agora é ser conservador. Fechar os olhos para o Pinheirinho, reclamar que “todos são iguais” e não se dar nem ao trabalho de ir atrás dos programas dos candidatos, fechar os olhos para a intolerância religiosa, ser contra o feminismo e por aí vai...
            Jean Wyllys, implacável na defesa não só dos homossexuais, mas dos direitos humanos como um todo, merece respeito, porque se coloca contra as forças conservadoras que engessam o desenvolvimento político do país. FORÇA JEAN!

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Cascatas fecais não passarão!