Qual
a maior ameaça para o PSDB daqui pra frente?
O
livro que recomendei do sociólogo André Singer “Os sentidos do lulismo- reforma gradual e pacto conservador”
demonstra muito bem o abandono do PT pela classe média, sobretudo a partir de
2006. Entretanto, o que acontece é que uma enorme parcela da classe
trabalhadora – o subproletariado, cujas condições são piores do que as do
proletariado, e que historicamente votava no PFL (atual DEM), por seu apelo à
ordem, que via ameaçada pelo “reformismo forte” do PT de então.
Em seu blog, meu amigo e camarada
Jones Makaveli (http://makaveliteorizando.blogspot.com.br/)
fez uma reflexão interessante sobre o discurso da Dilma no Dia da Mulher.
Deixando de lado o discurso de gênero ele observou (e bem) um diálogo com a
classe média, numa tentativa de reconquista.
Se o PT não atrai mais a classe
média, esta se apegou primeiramente ao PSDB (principalmente por seu discurso hipócrita
“contra a corrupção”), mas em 2010 Marina Silva ocupou esse espaço, obtendo uma
expressiva votação daqueles que não tinham identidade de classe com o projeto
Dilma, mas que não viam em Serra alguém que representasse seus anseios, em
suma, Marina ganhou votos de tucanos envergonhados.
O PSDB precisa se atentar para
aqueles que mais o ameaçam nessa campanha e, por mais incrível que pareça, não
é o PT, seu adversário histórico desde 1994 o partido que mais ameaça os
tucanos. A principal ameaça ao PSDB é a REDE de Marina, que com um discurso
moralista, “renovado” e ecologicamente correto promete arrastar votos de uma
classe média órfã.
O PT conseguiu uma coalizão que
agrada ao capital financeiro, ao subproletariado, Marina está conseguindo
ganhar a classe média. Bem ou mal, nas redes sociais e na blogosfera há grande
repercussão da privataria tucana, dos escândalos de Aécio, que não são nenhuma
novidade. A questão é: qual a fatia do bolo que vai sobrar para o PSDB? Terá ele o mesmo fim do DEM? Serra já se mostrou morto politicamente, Aécio é a esperança de alguma renovação.
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